Metais e pedras preciosas sempre despertaram paixões no imaginário de mulheres e homens. Um apelo hipnótico que atravessa a História do mundo e que teve o seu auge nos reinos da França do século XVIII.
Por Eliane Olivetto
Rainhas, nobres, cortes inteiras foram campeãs nesta questão. Notadamente, na França, e especificamente no século XVIII. O Palácio de Versailles, construído pelo rei Luís XIV, em 1682, tinha dentre tantas finalidades políticas a de ser uma "gaiola dourada" para controlar a corte. Havia de tudo lá: entretenimento, intrigas, banquetes, festas inenarráveis, vários compromissos sociais. Ambiente propício para uma refinada ourivessaria, com grande produção de peças magníficas como este icônico Hope Diamond, um raro diamante azul que fazia parte de uma das coroas do rei francês daquela época.
Mulheres encomendavam, compravam e ostentavam belíssimas joias. Madame du Barry, a última amante do rei Luís XV era a mais perdulária das clientes do joalheiro Boehmer. A rainha Maria Antonieta, acusada de ter causado a falência econômica e financeira do reino, era ótima cliente também, mas nos últimos tempos tinha simplificado seus hábitos e se recolhido dos holofotes.
Um incidente com talvez o mais espetacular colar de diamantes jamais idealizado e confeccionado, possa ter precipitado os acontecimentos trágicos que culminaram na já anunciada Revolução Francesa, de 1789. De uma conspiração cinematográfica a uma pantomima grotesca, o desfecho foi a desmembração da peça mais deslumbrante da joalheria mundial.
Esse relato pode ser assistido no filme "O enigma do colar" (The Affair of the Necklace - 2001), do diretor Charles Shyer, baseado no testemunho da Condessa Jeanne de la Motte Valois, escrito em 1791, envolvendo a figura do Cardeal Rohan e o próprio joalheiro Charles Auguste Boehmer.
Imperdível para quem admira joias, cinema (maravilhoso desempenho da atriz Hilary Swank no papel da Condessa Jeanne ) e fatos verídicos!